A dependência química é um problema muito grave que acomete milhões de pessoas no Brasil e no mundo, afetando não só os próprios indivíduos, mas também suas famílias. O tratamento para dependentes químicos é algo de extrema importância e que deve ser realizado o quanto antes, para garantir que será possível que o indivíduo possa se recuperar o quanto antes. Uma pessoa que sofre com dependência química e trata-a de forma precoce consegue evitar problemas mais graves para sua saúde, bem como para sua vida pessoal e profissional. E como é feito o tratamento para dependência química? Quanto tempo é necessário para o paciente recuperar-se de forma plena do problema que possui?
A dependência química: Entenda o que é
A dependência química é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como sendo uma doença, que ocasiona consequências físicas e mentais para uma pessoa que faz uso abusivo de substâncias químicas. No último relatório mundial sobre drogas, verificou-se que mais de 35 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem com algum tipo de dependência em substâncias químicas, o que é um número altamente preocupante. O grande problema a respeito do assunto é que ainda há uma quantidade enorme de pessoas que acredita que uma pessoa torna-se dependente química por simples vício ou ainda por desvio de caráter, por exemplo. Entretanto, isso não é verdade e apenas serve para disseminar preconceito contra quem sofre com o uso dessas substâncias. Assim, é importante a conscientização do problema não só para quem sofre com a dependência química, mas também para a sociedade em geral.
Tratamento para dependência química: Entenda mais
O tratamento para dependentes químicos é muito importante para garantir que quem sofre com o problema poderá recuperar-se de forma eficaz. Um dos maiores obstáculos para o tratamento dos dependentes químicos, entretanto, são eles mesmos, em especial no caso em que o indivíduo não reconhece o problema que possui. Sendo assim, o primeiro passo para um tratamento eficaz é a conscientização do dependente químico a respeito do problema que ele possui e da necessidade de combater o vício o quanto antes, para garantir mais chances de recuperação. A melhor opção para tratar pessoas com dependência química é através da internação em uma clínica de recuperação especializada em tratamentos desse tipo. A internação pode ser feita de duas formas: por meio voluntário ou involuntário. A internação voluntária é aquela na qual o paciente reconhece que possui um problema e busca por auxílio por conta própria, consentindo com o tratamento. Por outro lado, a internação involuntária é aquela que acontece quando o dependente químico não admite o problema que possui e, logo, é preciso da intervenção da família para requisitar a internação dele em uma clínica. Após a internação, o paciente será então avaliado por uma equipe formada por diversos profissionais da saúde, como médicos e psicólogos, que irão entender o estado no qual ele se encontra. A partir dessa avaliação, será então possível definir qual o tipo de tratamento necessário para aquele paciente e os métodos a serem utilizados. Tudo deverá atender às especificidades de cada caso, como o tempo de uso, a frequência e o tipo de substância química utilizada, bem como o estado de saúde do paciente. A seguir, você vai conhecer quais são os tipos mais comuns de tratamentos utilizados para os dependentes químicos e que trazem os melhores resultados.
Psicoterapia
A psicoterapia é uma das mais importantes formas de tratamento para dependentes químicos e pela qual todos devem passar para garantir uma recuperação plena. Existem diversas abordagens psicoterapêuticas que podem ser utilizadas para tratar pacientes com esse problema, como é o caso da terapia cognitivo comportamental e da psicanálise, muito usadas em clínicas. Além delas, também costumam ser muito utilizadas a terapia ocupacional e a terapia em grupo, como no caso das reuniões em grupo para permitir a troca de experiência entre os pacientes. As psicoterapias, que como mostrado podem ser de diversos tipos, sempre baseiam-se na aplicação, por parte do profissional, de um conjunto de métodos e de técnicas psicológicas com objetivos distintos. É o caso de auxiliar o paciente para que ele desenvolva uma nova concepção sobre si mesmo ou para modificar os comportamentos dele.
Desintoxicação
Uma outa forma muito eficaz de tratamento para dependência química é a desintoxicação, sendo considerada como a mais crítica de todas. É nessa fase em que o paciente receberá assistência médica integral por um período de tempo determinado, que em geral dura em torno de 24 horas a 30 dias. O objetivo desse método de tratamento é conseguir eliminar as drogas presentes no organismo do paciente por completo.
Medicamentos
O uso de medicamentos é um método de tratamento importante para quem sofre com dependência química, mas precisa ser realizado com critério e com uma supervisão total da equipe médica. Ele é importante porque o uso abusivo de substâncias químicas acaba sendo um fator de risco muito grande para o desenvolvimento de diversas doenças no indivíduo, sejam elas físicas ou mentais. Os dependentes químicos podem desenvolver doenças como esquizofrenia, depressão, cirrose, hepatite (B e C), lesões cerebrais, insuficiência renal e hepática, HIV, desnutrição, entre outras. Por isso mesmo é importante utilizar medicamentos durante o tratamento para dependência química, de acordo com o quadro do paciente, que deve sempre ser avaliado periodicamente. É essencial tomar cuidado com os possíveis efeitos colaterais e com interações de medicamentos, por isso mesmo esse método deve ser feito em conjunto com a psicoterapia, para evitar novas dependências.
Conclusão
Como você viu aqui, a dependência química é uma doença reconhecida pela OMS e que traz diversos problemas para a vida de quem sofre com ela, colocando em risco a saúde dos indivíduos. Você pôde conhecer aqui tudo a respeito do tratamento para dependentes químicos, como os métodos mais indicados e que são mais eficientes para ajudar as pessoas a recuperarem-se de forma plena desse problema.
Yago Maciel Campos, Diretor da Jovens Livres